sábado, 10 de dezembro de 2011

OBRIGAÇÕES DOS MUNICIPIOS

9 de Dezembro de 2011 22:46
«Se os pequenos clubes acabarem, acaba o desporto»
José garrancho - Jornadas Associativismo Desportivo

«A ligação mais direta com os pequenos e médios clubes, em termos de financiamento, passa muito pelos municípios. E que fique claro que eles não fazem nenhum favor. É um dever que têm, do ponto de vista da constituição e da lei»

José Manuel Meirim é um especialista em direito do desporto, que também abarca as associações desportivas. Essa sua especialização e o facto de ter vivido a sua adolescência em Portimão fizeram dele o convidado ideal para vir falar sobre esse tema nas 1ªs Jornadas do Associativismo Desportivo, na cidade do Arade.
O «barlavento» foi colher a sua opinião sobre a matéria.
b. - Como vê o panorama atual das associações desportivas em Portugal?
JMM – O panorama não era positivo e agora ainda o será menos, face à crise económica envolvente que nos abrange a todos, quer a nível nacional, quer a nível local, como é o caso de Portimão. As dificuldades económicas são imensas, o desporto português está, de alguma forma, nomeadamente ao nível do associativismo desportivo, dependente do contributo dos poderes públicos e particularmente da administração local. Eu diria que o desporto nacional, caso as autarquias locais, municípios à cabeça, mas também algumas freguesias, fecharem os canais de financiamento - e que fique claro que têm o dever de manter abertos, em termos do apoio ao associativismo desportivo – o desporto português, de alguma forma, pára.
b – Não há alternativas?
JMM – Pára. A ligação mais direta com os pequenos e médios clubes, em termos de financiamento, passa muito pelos municípios. E que fique claro que eles não fazem nenhum favor. É um dever que têm, do ponto de vista da constituição e da lei. Mas o sabido é que se, por alguma forma, para além do decréscimo de apoios que venham a existir, se de um momento para o outro – coisa inimaginável - decidissem fechar o financiamento, os clubes param. E acaba o desporto. Porque os clubes existentes são os que levam a práticas e desenvolvimento desportivo ao nível local, que depois dão azo a que existam as associações regionais das modalidades e que, no fundo, fazem mover toda a atividade das prestações desportivas. A situação não é boa. A importância, no entanto, do associativismo desportivo, dos milhares de pequenos clubes de pequena e média dimensão, é fundamental. Se, de alguma forma, isso acabar, acaba o desporto.

8 de Dezembro de 2011 | 12:16
josé garrancho

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